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Mãe deveria ser assim:

Posted by Breno Marqs

Mãe deveria ser assim
Vir com manual
Ser imortal
As vezes um pouco imoral

Mãe deveria ser assim
Um pouco artista
Teatral que seja
Feita de aço diamantado
Acabando sempre no nosso abraço

Mãe deveria ser assim
Feita de ferro
Feita de aço ou titânio
Já o adamântio
Criaria assim um certo encanto

Mãe é na verdade mulher
De coração pulsante
Desviando dos seus sonhos
Se aproximando aos meus

Mãe é mãe...

Insone

Posted by Breno Marqs

A noite enorme

Dorme
Menos eu
Aflito com os batimentos do meu peito
Desarticulados aos sons da noite
Vibro com o pesar dos olhos

A noite encobre
E acinzenta meu dia azul
Crio valsas de zumbidos
Em zumbi me transformo...

Saudade da flor

Posted by Breno Marqs


Sim, a saudade doi
Doi como o fio da navalha
Entorpece a alma
E enche o peito

A saudade dói
Entra fulminante nos sonhos
E escorre pelos olhos

A saudade dói sim
Crava espinhos na pele
Cresce no calendário
Marcado com o nome da saudade

A saudade dói muito
Na música e no ar
No perfume deixado no livro
Nas palavras e nas marcas

A saudade dói
Como o sopro costurado no coração
Amenizada no tempo
Cicatriza um vazio

Saudade fica
Termina num abraço
Do outro lado da vida

Saudade se vai
Com um beijo apertado
Um sorriso molhado
E um olhar radiante

A saudade só aumenta...

A flor que voou com o vento
Pegou carona na estrada do reconhecimento
Seguiu seus passos
Deixou um pedaço no firmamento...

Pedido ao tempo

Posted by Breno Marqs


Quanto tempo o tempo tem?
Que tempo terei eu?
Enquanto o tempo passa
Onde se esconde?

Peço ao tempo mais um tempo
Pra passar cada minuto com você
Não me lembro do ontem
Meu presente se esvai
e meu futuro se encolhe

“Pro tempo engatinhar”
Para o tempo terminar
Se o tempo não parar
Peço um tempo pra pensar...

E se o tempo se abrir
Guarda um tempo pra me ver
Tira um tempo pra desenhar
E seu nome no meu tempo escrever

Sensibilidade é para poucos
Já a vida é para todos
Cada qual com a sua
Criando laços, estabelecendo espaços
Movendo-me no tempo

Meu tempo passa
Aparecem-me seus traços
Caem nas mãos suas vontades
Na dor corpo seus desejos...

Nas minhas páginas

Posted by Breno Marqs

Nas batidas do meu coração

Nos impasses dessa vida
Nas curvas dessa estrada
Minha alma se esvai

Escrevo
Canto
Sonho

Nas linhas dos meus livros
Poesias são cantadas
Nas linhas da minha mão
O futuro a mim aguarda

Ando
Alcanço
Destôo

Nas margens do papel
Ou nas margens do ribeirão
Nas margens da minha sombra
Calam-se meus sonetos

Vôo
Vivo
Ensino

Nas batidas do meu peito
Nas arritimias dessa sina
Aprendo a ensinar
Ensino a aprender

Escuto
Luto
Penso

Um abismo chama outro abismo
Uma palavra chama outra palavra
Um amor enobrece outro amor
E a vida encanta e finda a estrofe...

Agora e Sempre

Posted by Breno Marqs


Somos parte de um tudo
Somos amor e ódio
Fé e esperança
Somos o outro e nós mesmos

Instante e infinito
Brigam no meu tempo
Criam barreiras
E estranham os caminhos

Sede e solidão
Púrpura e névoa
Espinhos e perfumes
Sou todo e emoção

Costura-se no peito
Histórias derradeiras
Intensifica os dizeres
Mitificam os pensares

Do pó ao firmamento
Da estrela ao luar
Do sonho ao mistério
Da vida ao cantar

Entranha-me nas ventas
Disserta-me as rimas
Cria-me a sentença
Alivia-me a sina

Agora e sempre...
Nunc et semper...

Primaveras

Posted by Breno Marqs

Já chegou mais um janeiro
Já se passou mais uma primavera
Já vejo o passado mais longo
Já vejo o futuro encurtado

Os dias diminuem
A vida começa a brincar
Sussurra em meus ouvidos
Ruídos do tempo

Fazer o tempo
Deitar no tempo
Criar o tempo
Embelezar o tempo

Décadas se passaram
Os olhos enobrecem
As parcas desenham mais um caminho a trilhar

Caminhar...
Sonhar...
Viver...

O coração de hoje
Mais intenso e costurado
Cria desejos
Retumba em seu descompasso

Descrevo-me em versos
Como o azul do céu e dos meus olhos
Ao som da chuva no meu teto
Apalavreio minha alma

Canto com os olhos
Sorrio com os olhos
Amo com os olhos
Sinto com os olhos

Limito-me aos meus sonhos
Do tamanho do meu abraço
Encaro-me no espelho
Fantasio-me no papel

Busco no infinito
A luz do meu ser
Escrevo a poesia
E sentencio meus pesares

Da primavera que chegou
Quero a mais florida
Perfumada com jasmins
Filosofadas com meus sonhos...