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Una verba

Posted by Breno Marqs

Nem a distância
Nem mesmo o tempo
Apagam o que está escrito
Palavras são feitas para serem ditas
Escritas... lidas... cantadas... declamadas...
Ditas a pessoas amadas
Ditas a pessoas tristes e desesperadas
Mas essas palavras
São apenas para você
Singelas e simples
Como devem ser...
Bonitas e puras
São palavras que eu preciso
São as palavras que eu busco
São elas que me fazem entender
A verdadeira forma
São as palavras que me trazem alegria
São as palavras que me fazem sonhar
E são através delas que posso mostrar
Do olfato ao paladar
Meus verdadeiros sonhos...
Minhas alegrias e tristezas...
Palavras simples
Palavras singelas...
Algumas soam bonitas nesse dia
Outras nem tanto... apenas saem
São notas musicais rabiscadas num papel
Desenhadas no corpo da pessoa alheia
Cantadas pelo desejo
Sonhadas por insones
As palavras vêm e vão
As palavras se esquecem num branco infinito
E das palavras busco as respostas mais fáceis
Para mostrar tudo o quero e que posso
Palavras são palavras
Simples como devem ser
Palavras são ditas aos montes
Jogadas ao vento
Vento que as levam ao léu
Declamadas num teatro mais do que mágico
E disseminam em páginas de recados
E distraem em folhas velhas de jornais
E que somam nas capas dos discos...
Existem palavras feias
Verdadeiros palavrões
São pesadas como o preconceito do vizinho
(Nunca o seu)
Mas dessas podem acreditar
São palavras doces
Delicadas como a mais “bella” rosa
Porque são nada além de palavras
Ditas ao coração
Sonhadas pelos apaixonados
Recitadas pelos poetas
São dessas palavras que procuro
São essas que hei de encontrar
Palavras maliciosas
Cheias de venenos
É só nos desviar!
Encontre sua palavra...
Encontre seu verbete...
Fale... cante... grite
Pois das palavras escolhidas
São sempre bem ditas
Benditas
Ditas...
Somente palavras
Ou “mais do que palavras”
Dessas palavras faço um texto
Dessas palavras mostro meus sonhos

E nessas palavras me escondo

De...

Posted by Breno Marqs

Das estradas e caminhos
Dos mais tortuosos sonhos
Procuro os mais simples
Para adormecer nos meus pesados idílios

De famílias e amigos
Que são feitos de papel
São todos como estrelas
Que ascendem e cadescem...

De emaranhados de cabelos
Esculturas e feras aparecem
Em devaneios e sossegos
Vou costurando meus retalhos

De cicatrizes mal costuradas
Vejo o vermelho sangue
São apenas alguns troféus
Que os ditos tortuosos caminhos me presenteou...

De seu sorriso que dantes avistados
É como a brisa do mar
No qual o porto seguro
O cais que intensamente busco

Dos devaneios verdadeiros
Vejo passar os janeiros
E eu ainda espero
Nada mais do que vê-los...

Interdisciplinaridade

Posted by Breno Marqs
























Somos negros...
Somos brancos...
Somos amarelos...
Somos vermelhos...
Somos seres...
Somos humanos...
Somos brasileiros...
Apenas somos...

Palavras soltas

Posted by Breno Marqs

Vejo a noite virar o dia
Vejo esse dia cheio de hipocrisia
Vejo a tarde passar lenta
Sonolenta como deve ser

Sinto o cheiro da ironia
Da fortuna mórbida a bater nas portas
Sinto a vontade de voar pra longe de tudo
E poder descalçar meus pés

Pés negros...
Pés ocres...
Pés sujos...
Pés marcados de sol...
Pés doloridos...

São eles que me levam longe
Que caminham para a estrada
Mas são eles que me param no ponto

Ponto de ônibus...
Ponto de equilíbrio...
Ponto de impacto...
Ponto de vista...
Ponto final...

Mas o vento logo me traz de volta
Pra poder buscar a esperança de tudo crescer
Pra poder fazer e dizer
Pra saber cantar e dançar com o vento

E do vento faço um desenho
Que não entendo o possa ser
E do vento faço meu destino
Que sempre vai e volta
Que aparece e se esconde

Minha vida... são como palavras soltas
Que um dia embaralhadas foram...
Que um dia embaralhadas estão...
Quem sabe um dia o vento torna a bater
Quem sabe um dia o vento assobia em meus ouvidos
E quem sabe esses dias um dia hei de entender...

De olhos abertos

Posted by Breno Marqs

De olhos abertos
Não são mais azuis
Não são mais negros
Não são coloridos
São apenas eles

De olhos tão certos
São tão inversos
Estão nos versos
São tão diversos

De olhos fechados
Vendo apenas fachadas
Vivendo de penas e apenas
Sonhando e criando

De olhos famintos
São tão previsíveis
De tintas e notas
De letras e rabiscos

Saudade quando bate

Posted by Breno Marqs

Sabe quando bate aquela saudade?
O chão até parece perder dos pés?!
Então...
É assim mesmo quando te busco
E lá longe te vejo...

Sabe quando a gente escuta aquela música?
Aquela sua preferida?!
Então...
É assim também quando te sinto
Nos meus ouvidos, você fica tão perto...

Sabe quando me vejo naquele espelho?
Aquele que me mostra todas as imperfeições?!
Pois é...
Às vezes lembro que
Só você pode transformá-las...

Sabe do meu coração?
Aquele que bate em seu peito?!
Assim...
Ele continua descompassado à bater
Num ritmo calmo, porém saudoso...

Sonhos acordados

Posted by Breno Marqs

Sabe de uma coisa?
É sempre assim...
Mesmo depois de muito tempo
Eu sei exatamente o que ela me faz...
Continuo a procurar respostas onde nem tem perguntas
Vejo coisas que ninguém vê
É... acho difícil alguém me entender!

O som que escuto agora
São apenas pequenos passos
De quem eu não sei
Não quero saber também
Eles estão muito longe...
Isso eu sei...

Minhas idéias andam a mil
Sou grato por isso
Mas pedir apenas pra poder descansá-las é muito?
Acho que não...
Mas está acabando
Isso eu apenas espero...

“Dorme medo meu”
Ensinaram-me isso um dia desses
Tudo bem que eu fico imaginando e
O medo até que dorme
Mas e eu?

Pensar em campos verdes e floridos
Não me ajudaram também
Fico perdido no meio de tanto mato
E lá sempre encontro todos os 17.859 carneirinhos que contei
Todos perdidos
Ah... tive que contá-los novamente
Imagina só se um tivesse ficado perdido naquele campo verde e florido?
Aí que eu não iria conseguir dormir nunca!
Oh preocupação...

Meu coração palpita
Sinto-o batendo dentro de mim
Isso é bom...
Procuro escutar outra coisa
Além dos passos na rua
Além da minha respiração
Além dos meus pensamentos
Além dos meus medos
Mas o MSN me chamou a atenção
E eu acabei de perder a conta dos carneirinhos...

Insomnia

Posted by Breno Marqs

O escuro já faz parte
Já virou arte
Tem nome e sentimento
Rodeado de ilusões
Pensamentos voam em sua penumbra
Buscando um caminho pro desfecho

Não vejo ao meu redor
Afinal está escuro
Ouço apenas o barulho
A ronquidão do escuro
Ronca alto...
Não soa bem aos ouvidos acesos

Buscar na imensidão do breu
Uma forma de enxergar
A luz no fim do túnel já vai clarear
Falta pouco...
Quase falta vontade
Vontade de correr
Caminhar e cantar
Na imensidão dos sonhos...

Sonhos são apagados na penumbra
Basta apenas não dormir
Basta apenas não pensar
Afinal, pra quê sonhar?