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Velha amante

Posted by Breno Marqs

Faço a História
Marco um encontro
Traço um desejo
Meu passado é próximo
É próspero...

Nos becos e ladeiras
Enxergo o suor
Do trabalho forçado
Do manejo esforçado de ontem
Que hoje no presente dormimos

O terno no retrato
É terno no coração
São lembranças que encontramos
Hoje, na palma da mão

Os rabiscos nas paredes
Dizem quem fomos nós
Os bordados nos cadernos
Dirão um dia quem sois vós?

Leio versos amarelos
De um passado furta cor
Possuem cheiro da luta
Cheios de magias e dor

E dos acontecidos causos
Quero mais é noticiar
Argumentar, criticar, vivenciar,
Presenciar

Somos nada mais que o tempo
Que os fios brancos dizem tudo
E os sinais em nossa testa
São hoje esperança do futuro

Assim vejo a História
Assim faço a História
Assim vivo a História
Assim respiro a História...

Somos nada além do que parte de uma
História...

Olha eu

Posted by Breno Marqs

Olha eu aqui
Brincando nos cantos da História
Brincando de contar histórias

Olha eu aqui
Criando pequenos gestos
Olhando com um olho só aberto

Olha eu aqui
Lendo vermes e fumaça
Lembranças cheias de traças

Olha eu aqui
Que não sei mais pra onde vou
Nem ao certo onde estou, mas...

Olha eu aqui
Bem aqui, escrevendo pequenos versos
Tentando ser menos disperso, então...

Olha eu aqui
Na frente de um espelho
Que vejo um desejo de...

Olhar eu assim
Caminhando entre espinhos
Não direi que estou sozinho, porem...

Olha eu aqui
Olha eu assim
Bem assim...

Desabafo

Posted by Breno Marqs

Impunidade
Injustiça
Insegurança
Incapacidade
Intolerância
Insatisfação
Incerteza

Quantos mais “ins” vamos ter que colocar em nossas vidas?

Aprendi há certo tempo que para ser cidadão temos que nos mostrar como um... temos que nos valorizar... temos primeiro que exercer nosso ato de cidadania... Temos que votar. Mas para que adianta o voto se continuamos sem segurança na cidade? Para que dedicamos parte de nossas vidas educando pessoas, ensinando que o melhor caminho é acreditar no homem, é acreditar naquele representante público. E nada faz para melhorar nossa segurança?

Ética, cidadania, educação, respeito, solidariedade, otimismo, utopia. São palavras muito bonitas que ensinamos e aprendemos nas cadeiras das escolas. Mas... diante de situações que nos deparamos com a desvalorização do homem, daquele ser humano... daquele mesmo cidadão que trabalha... daquele que paga contas e continua a viver da impunidade dos outros... como mostraremos ser cidadãos? Como queremos ser cidadãos? Se à nossa margem estão pessoas capazes de se mostrar vorazes a essa massa que ainda acredita que estão sendo ouvidos por nossos representantes.

Diante da História nos deparamos com diversos casos de atrocidades, vivemos hoje num mundo de violência e intolerância, onde mulheres são violentadas a cada minuto, crianças não são vistas mais com os mesmos olhos de inocência e pureza, somos hoje uma geração falida que preza a ignorância e até mesmo um descrédito que adotamos diante de um governo omisso e débil. Tornou-se banal a palavra pedofilia e agressão. Foi-se o tempo em que se falássemos palavrão dentro de casa levávamos uma palmada ou nossos pais lavariam nossas línguas com sabão. Vivenciamos agora uma geração que não visa o conhecimento e a sabedoria, aquele esforço para ganhar os pontos do bimestre são distribuídos em troca de ameaças e atos de vandalismos.

Sempre ouvimos falar que a ocasião faz o ladrão e a ocasião também faz o assaltado. Rouba-se bens materiais, mas também rouba-se o pudor e a dignidade do homem! Não temos o prazer de estar sempre mais bem apresentáveis porque aí nos tornamos um alvo fácil... a seta cai direto em nossas cabeças, letreiros luminosos nos apontam como “hoje você foi o sorteado”... Pois é, nos tornamos os “bacana”. Nos sentimos o pontinho vermelho no meio de muitos pontinhos alvos e negros.

Ser bacana epistemologicamente falando seria uma pessoa legal, inteligente, sociável e educado, uma pessoa boa para se conviver. Entretanto na sociedade de hoje em dia, nos deparamos com seres humanos que de humanos passaram longe. São pessoas que já se consideram uma parte marginalizada da sociedade e fazem por onde continuar no mesmo lugar à margem. Será que eles já ouviram falar de uma coisa que são os “direitos humanos”? Acredito que não, porém, eles estão mais preocupados em saber o que significam as designações “um cinco sete, vinte e dois, um sete um”[1]. Ahhh... eles também não vão entender o que significa a palavra designações!

O conhecimento, para o marginalizado é para formá-lo na escola da vida. O marketing que aprendem não passa de formas de abordagem, (perdeu, perdeu!), o melhor ângulo para tomar a sua mochila, o momento certo para a apresentação e também se preocupam até com a despedida (rala peito truta!). Afinal, a aprimoração leva à perfeição!

Somos vítimas de uma sociedade que está engolindo uma outra sociedade. Hobbes já dizia “o homem é o lobo do homem”. Pois bem, mostramo-nos ainda mais incapazes diante dessa comunidade em que fazemos parte, e somos apenas um entre milhares que já sofreram com toda essa violência. A fereza não é só apenas o ato de te furtar... mas lembrar o tempo inteiro e ainda ter que sonhar com aquelas imagens são ainda piores, pois, aí percebemos que somos torturados por mais tempo ainda.

Diante de situações de violência a sensação que temos é de impotência. Quantos já viram o seu salário ir embora nas mãos de um assaltante, o seu celular que ainda faltam três prestações a serem pagas sendo vendido na esquina ou mesmo trocado um uma “carreirinha” e simplesmente não poder fazer nada?!. Assim, essa impotência se torna cada vez mais abrangente, afinal, se pedirmos o crachá do local do nosso trabalho ou o chip do seu celular para o ladrão – mesmo que seja com toda a educação que você aprendeu a ter – é perigoso você ganhar um bilhete para encontrar o caminho da luz...

Termino esse desabafo com uma frase de um não tão querido escritor meu Paulo Coelho: “O tolo não vê a mesma árvore que o sábio”

[1] Art. 22 - Coação irresistível e obediência hierárquica. Art. 157 – Roubo. Art. 171 – Estelionato. In: Código Penal Brasileiro, 1940.

Luz dos meus olhos

Posted by Breno Marqs

Luz dos meus olhos, meu bem
Eles vão perder em brilho
Vai ficar tudo mais frio
Sem você pra me abraçar

Tocar a vida,
Encontrar saídas
Crescer, evoluir, aprimorar
Agora sem você
Eu sei que vai doer
Mas a gente tem que continuar

É complicado
Mas não tem nada errado
A gente não vai se perder
Ta tudo certo
Chega mais perto
Que eu canto pra você

Não dá pra não chorar
E a memória vai guardar
Se a gente tem que ir
Mas a gente vai entender
Se é assim que tem que ser
Fechar os olhos e sorrir

Fica na memória
A nossa história
Isso não é um fim
Ta tudo certo
Chega mais perto
E canta pra mim

(presente que ganhei da Bella)

Minduim

Posted by Breno Marqs


Minhas imagens não passam de kbites e megabites
São todas digitalizadas...
O mundo é digital
E eu continuo analógico
Que puxa!...

A menina bordada

Posted by Breno Marqs

A minha menina que anda bordada
É a mesma que lê os meus desenhos
Que interpreta pesadelos
Que entende as minhas esfinges

Aquela menina bordada
Canta... grita... dança!
Faz acrobacia com palavras
E é a mesma que eu afago seus cabelos

A menina bordada
É multifacetada
É colorida e preta
Não dá pra saber qual mais me agrada!

Essa menina bordada
Que acha que tenho asas
Mas na verdade ela é que as tem
E em seus braços me guarda no seu denso abraço

Da menina bordada
Você pode saber
Do seu sorriso incandescente
Invade-me sem ao menos eu ver

A menina bordada
Dá vontade de escondê-la só pra mim
Numa redoma transparente
Da cor do mais branco jasmim

A menina bordada
É meio encantada
Deixa-te enfeitiçado
Sem você menos perceber

A menina bordada
Chegou num passo
E virou estrada
Que no meu peito sempre quero percorrer

Essa menina só é bordada
Porque alguém cantou assim
Bem no meu ouvido
No silêncio de uma alvorada

Essa menina bordada
Veio de encomenda
Nas mais antigas cantigas
Nas mais longínquas vidas...